Eram exatamente 12:32 da madrugada. Lá estava eu na rede da varanda aqui de casa. Eu, meu violão e a lua. A lua que me admirava lá de cima. Me perguntei o que pensava, ela que mora tão longe e mesmo sendo tão bela, parece tão sozinha.
Me remexi até conseguir encostar os pés no chão e poder impulsionar a rede, provocando um balanço rápido e ao mesmo tempo, calmo. Parei um pouco pra pensar e, de repente, ouvi aquele som; ali mesmo, bem perto de mim, como se fosse real. As notas vocais mais musicais que meu ouvido já tivera o prazer de ouvir. Depois de muito me esforçar para poder continuar a ouvir aquela música, finalmente percebi o inevitável. Uma orquestra não se faz de uma só composição, de um só instrumento, é preciso muito mais. Rapidamente aquele som desapareceu de minha mente, meus ouvidos foram subtamente entretidos por qualquer outra coisa que fosse.
Desviei o olhar da lua, avistei uma estrela e lembrei de algo que aprendi na oitava série. Aquela estrela, lá em cima, talvez nem exista mais. A luz demora tanto tempo para chegar que talvez já tenha desaparecido. É como uma mensagem do passado. Foi então que um vento frio bateu em meu cabelo, a imagem se fez nítida em meus olhos. Pude ver cada rosto, cada jeito, cada forma, de cada lugar que um dia eu passei. Cada pedacinho de sorriso que o destino se encarregou de me tirar. Comecei a ouvir o barulho da tv na sala e, mais uma vez, pude fugir da triste lembrança; a lembrança de saber que só me resta lembrar.
Eu já estava com frio, como se não bastasse, meu pijama era um tanto quanto curto, mas a lua, meu violão e aquela rede me chamavam. Ali era meu cantinho, meu lugar no mundo, seguro e aconchegante. Onde eu podia recordar dos meus momentos, dos bons e dos ruins, dos meus dias, eu e eu.
Sempre gostei de ficar sozinha, de ser sozinha, uma legítima ariana auto-suficiente. Nunca acreditei em horóscopos, mas preciso admitir que essa parte se encaixa perfeitamente comigo.
Com o intuito de correr de tudo que não fosse aquela tranquilidade daquele momento, fiquei ali por horas. Todo o tipo de pensamento imaginável se fez presente em minha cabeça. Meu cabelo ainda estava molhado e o cheiro bom de shampoo inundou meu olfato. Que sensação agradável, eu estava feliz! Por uma fração de segundo meu estado emocional havia mudado. Naquele momento percebi o quão fácil é despertar um sorriso, compreendi os publicitários da coca-cola, "abra a felicidade". Jurei para mim mesma que permaneceria assim o máximo que pudesse.
Após tantos minutos de riso inesperado, notei que as árvores tinham algo a me dizer. Rugiram ao me redor, pude ouvir os gritos fictícios de liberdade. Elas clamavam pela minha bênção, eu só precisava dizer sim. E foi exatamente isso que fiz. Naquele momento, abri as portas para o novo, para o certo. Eu estava decidida. Era como o sol nascendo, mas dessa vez, sem um crepúsculo.
Me remexi até conseguir encostar os pés no chão e poder impulsionar a rede, provocando um balanço rápido e ao mesmo tempo, calmo. Parei um pouco pra pensar e, de repente, ouvi aquele som; ali mesmo, bem perto de mim, como se fosse real. As notas vocais mais musicais que meu ouvido já tivera o prazer de ouvir. Depois de muito me esforçar para poder continuar a ouvir aquela música, finalmente percebi o inevitável. Uma orquestra não se faz de uma só composição, de um só instrumento, é preciso muito mais. Rapidamente aquele som desapareceu de minha mente, meus ouvidos foram subtamente entretidos por qualquer outra coisa que fosse.
Desviei o olhar da lua, avistei uma estrela e lembrei de algo que aprendi na oitava série. Aquela estrela, lá em cima, talvez nem exista mais. A luz demora tanto tempo para chegar que talvez já tenha desaparecido. É como uma mensagem do passado. Foi então que um vento frio bateu em meu cabelo, a imagem se fez nítida em meus olhos. Pude ver cada rosto, cada jeito, cada forma, de cada lugar que um dia eu passei. Cada pedacinho de sorriso que o destino se encarregou de me tirar. Comecei a ouvir o barulho da tv na sala e, mais uma vez, pude fugir da triste lembrança; a lembrança de saber que só me resta lembrar.
Eu já estava com frio, como se não bastasse, meu pijama era um tanto quanto curto, mas a lua, meu violão e aquela rede me chamavam. Ali era meu cantinho, meu lugar no mundo, seguro e aconchegante. Onde eu podia recordar dos meus momentos, dos bons e dos ruins, dos meus dias, eu e eu.
Sempre gostei de ficar sozinha, de ser sozinha, uma legítima ariana auto-suficiente. Nunca acreditei em horóscopos, mas preciso admitir que essa parte se encaixa perfeitamente comigo.
Com o intuito de correr de tudo que não fosse aquela tranquilidade daquele momento, fiquei ali por horas. Todo o tipo de pensamento imaginável se fez presente em minha cabeça. Meu cabelo ainda estava molhado e o cheiro bom de shampoo inundou meu olfato. Que sensação agradável, eu estava feliz! Por uma fração de segundo meu estado emocional havia mudado. Naquele momento percebi o quão fácil é despertar um sorriso, compreendi os publicitários da coca-cola, "abra a felicidade". Jurei para mim mesma que permaneceria assim o máximo que pudesse.
Após tantos minutos de riso inesperado, notei que as árvores tinham algo a me dizer. Rugiram ao me redor, pude ouvir os gritos fictícios de liberdade. Elas clamavam pela minha bênção, eu só precisava dizer sim. E foi exatamente isso que fiz. Naquele momento, abri as portas para o novo, para o certo. Eu estava decidida. Era como o sol nascendo, mas dessa vez, sem um crepúsculo.