Meu abajur está aceso, posso ver alguns sapatos espalhados pelo chão. Assisto a fumaça do meu cigarro perambular pelas paredes enquanto te procuro entre os móveis.
Dizem que nosso quarto reflete nossa vida. Eu diria que meu guarda-roupa bagunçado é o reflexo da minha cabeça confusa.
Somos mesmo só eu e a minha psicologia alternativa, conversar comigo mesma pra tentar entender o que está se passando.
Essa minha mania de seguir na busca pela compreensão do que se passa a minha volta. O que meu olhos assistem e me nego a ver.
Enquanto meu cachorro se remexe na cama, busco o conforto das cobertas empilhadas e almofadas amontoadas.
Cada dia que passa é só mais um dia, só mais 24 horas arrastadas e nem tão aproveitadas.
Diga-me, por quê estas aí parada? Explique-me tua inércia. A falta de cor traz a chuva e os tormentos, as perguntas nunca respondidas e as ideias apenas pensadas.
Já passou da hora, já é quase tarde demais.
Será mesmo? Será que ainda há tempo para recuperar o que ficou pra trás? Apagar os erros e remendá-los com meios acertos. Aguar as flores de cima da geladeira, varrer a sala e não empurrar a sujeira para trás da porta...
Ei, espere aí. A televisão está ligada, Charlie Harper estampando a tela. O sofá me chama, vida. Volto mais tarde para concertar tudo. Volto depois, logo depois.
terça-feira, 26 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
Dias da semana
Me ligue às 3 da manhã de uma segunda-feira, pra contar que saiu com os guris, encheu a cara e lembrou de mim quando precisou de alguém pra encontrar as chaves de casa.
Não me deixe sozinha em uma terça. Fique ali no sofá, fumando teu cigarro, e me observando enquanto faço meus trabalhos.
Aliás, deixe-me acender teu cigarro. Gosto de ver teu rosto iluminado pela chama do meu isqueiro cor de laranja.
Vem aqui pra casa, na quarta, e traz aquele vinho doce de 5 pila.
Não vá embora sem dar tchau. Não invente essa de que odeia despedidas, isso é desculpa de covardes. Antes um abraço de adeus do que apenas um lembrar da noite de ontem.
Quando chegar a quinta-feira, e tu já estiver de saco cheio de mim, me encontre pra dizer que cansou de nós.
Na sexta, vá pra noite com os guris. Tome o que o dinheiro der e o estômago aguentar. Volte pra casa sem lembrar do que aconteceu.
Acorde tentando entender porque não me encontrou na cama ao teu lado, no sábado. Durma o dia inteiro, me ligue e vá pra janela fumar, pensando o porquê de eu não ter te atendido.
Assista ao fantástico comendo uma miojo e tomando uma coca bem gelada. Me ligue de novo, peça desculpas, tente te explicar e diga que está vindo aqui me ver.
Aguente o tempo que for. Não me chame de fazida. Insista. Brigue com o porteiro, bata na porta do meu apartamento e, quando eu a abrir de novo, não ouse ir embora.
Não me deixe sozinha em uma terça. Fique ali no sofá, fumando teu cigarro, e me observando enquanto faço meus trabalhos.
Aliás, deixe-me acender teu cigarro. Gosto de ver teu rosto iluminado pela chama do meu isqueiro cor de laranja.
Vem aqui pra casa, na quarta, e traz aquele vinho doce de 5 pila.
Não vá embora sem dar tchau. Não invente essa de que odeia despedidas, isso é desculpa de covardes. Antes um abraço de adeus do que apenas um lembrar da noite de ontem.
Quando chegar a quinta-feira, e tu já estiver de saco cheio de mim, me encontre pra dizer que cansou de nós.
Na sexta, vá pra noite com os guris. Tome o que o dinheiro der e o estômago aguentar. Volte pra casa sem lembrar do que aconteceu.
Acorde tentando entender porque não me encontrou na cama ao teu lado, no sábado. Durma o dia inteiro, me ligue e vá pra janela fumar, pensando o porquê de eu não ter te atendido.
Assista ao fantástico comendo uma miojo e tomando uma coca bem gelada. Me ligue de novo, peça desculpas, tente te explicar e diga que está vindo aqui me ver.
Aguente o tempo que for. Não me chame de fazida. Insista. Brigue com o porteiro, bata na porta do meu apartamento e, quando eu a abrir de novo, não ouse ir embora.
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