sexta-feira, 24 de junho de 2011

(R)Evolução

“Os tempos mudam, os valores permanecem os mesmos”, já dizia minha mãe. Rádio, televisão, internet, é tão fácil encontrar informação nos dias de hoje. Aliás, informação, namorado, melhor amigo, e por aí vai..
Fazer parte de uma rede de relacionamentos qualquer é tão comum quanto usar guarda-chuva em dia de chuva, todo mundo usa. A internet trouxe uma intensificação tão grande nos sentimentos da população que dizer “eu te amo” ao motorista do ônibus é quase normal. Fazer amizade virou rotina, ter menos que cinquenta amigos no perfil do facebook é sinônimo de exclusão social.

Antigamente, homens e mulheres tinham uma vida inteira planejada desde o nascimento. Casar e ter filhos, era esse o objetivo da grande maioria da população mundial. A família escolhia o pretendente e assim deveria ser. Sem direito algum de liberdade de expressão.
Após tanta luta, principalmente por parte das mulheres, em busca da tão sonhada liberdade de expressão, de sentimentos ou pensamentos, o homem resolveu banalizar as palavras, sentidos, desejos e vontades.
Começar uma amizade com alguém do outro lado do mundo é simples, muito simples e, é claro, realmente interessante. O problema surge quando isso se torna algo indispensável em nossas vidas. Como se alguém que nunca vimos pudesse mudar completamente nossas vidas. Quando, na verdade, não pode.

Assim como tudo na vida, a mídia, a internet e a tecnologia em geral, possuem seus prós e contras. É, de fato, muito bom conhecer pessoas novas, culturas diferentes, adquirir informação ao apertar um simples botão, expandir conhecimento. Mas onde, onde deixamos aquele olho no olho, pele com pele, aquela sensação de frio na barriga quando as palavras saem de nossa boca diretamente para ouvidos de pessoas que verdadeiramente amamos? O que aconteceu com aquele velho hábito de folhear as páginas de um livro em busca de conhecimento?

Voltamos à frase de minha mãe. O mundo pode mudar de todas as maneiras possíveis, mas existem coisas que devem permanecer iguais, com seus devidos valores. Afinal, revolução ou evolução? Uma simples letra mudando completamente o significado de duas palavras que nem sempre se relacionam. Revolucionar não é sinônimo de evoluir. Sentimentos podem perder seus valores quando digitalizados. Em todos esses casos, a melhor revolução seria regredirmos e, assim, alcançarmos a verdadeira evolução.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Meninas, a culpa é nossa!

Ontem à noite resolvi assistir a um pouco de televisão. Logo de cara me deparei com aqueles comerciais de cerveja. Aqueles com mulheres semi-nuas e homens "bem machos". Como de costume, fiquei um tanto quanto irritada. Pior do que homem machista, só mulher machista. Como podem essas mulheres se submeterem a todas essas vulgarizações? Me pergunto se elas não se incomodam de serem vistas e, de fato, usadas como objetos.
Mesmo depois de tanta luta para que a mulher pudesse fazer parte do círculo social dignamente, ainda há aquelas que mancham nomes como: Nísia Floresta, Pagu, Simone De Beauvoir, e tantas outras feministas. Essas mulheres foram às ruas em busca de liberdade, reconhecimento e, principalmente, respeito.
Homens como Rafinha Bastos, que utilizam de humor machista e preconceituoso, são sempre vistos como "os caras", "os fodões". O mesmo acontece com aqueles que transam com várias. Esses são os bons, dignos de respeito. Já a mulher, quanto mais sexo fizer, mais vagabunda será. Afinal, essas são as regras.

Falando em regras, o estereótipo de beleza que a sociedade impõe ao sexo feminino é algo realmente revoltante. Me indigna saber que exista quem sustente esse tipo de norma. Não fazer uma plástica é o mesmo que recusar-se a fazer parte desta mesma sociedade. Precisamos estar todas adequadas aos padrões.
Mas sabem o que é mais intrigante nisso tudo? Somos todas culpadas. Todas cultivamos a ideia de cabelo liso e seios fartos. Nada disso é pecado, o inaceitável é deixar que, coisas como essas, se tornem mandamentos a todas as pessoas do sexo feminino. Devemos, em primeiro lugar, nos sentir bem com nós mesmas. A solução para que todo o preconceito em torno da mulher se acabe, é a não submissão. Não deixar que eles nos digam o que devemos fazer, vestir ou como pensar, se isso não for de acordo com o que queremos.
Nos tornemos livres. Livres de nosso preconceito interior. Deixemos de lado o pensamento de inferioridade. Somos todas capazes, somos todas dignas. A culpa precisa, antes de tudo, deixar de ser nossa.