terça-feira, 26 de junho de 2012

Depois

Meu abajur está aceso, posso ver alguns sapatos espalhados pelo chão. Assisto a fumaça do meu cigarro perambular pelas paredes enquanto te procuro entre os móveis.
Dizem que nosso quarto reflete nossa vida. Eu diria que meu guarda-roupa bagunçado é o reflexo da minha cabeça confusa.
Somos mesmo só eu e a minha psicologia alternativa, conversar comigo mesma pra tentar entender o que está se passando.
Essa minha mania de seguir na busca pela compreensão do que se passa a minha volta. O que meu olhos assistem e me nego a ver.

Enquanto meu cachorro se remexe na cama, busco o conforto das cobertas empilhadas e almofadas amontoadas.
Cada dia que passa é só mais um dia, só mais 24 horas arrastadas e nem tão aproveitadas.
Diga-me, por quê estas aí parada? Explique-me tua inércia. A falta de cor traz a chuva e os tormentos, as perguntas nunca respondidas e as ideias apenas pensadas.
Já passou da hora, já é quase tarde demais. 
Será mesmo? Será que ainda há tempo para recuperar o que ficou pra trás? Apagar os erros e remendá-los com meios acertos. Aguar as flores de cima da geladeira, varrer a sala e não empurrar a sujeira para trás da porta...
Ei, espere aí. A televisão está ligada, Charlie Harper estampando a tela. O sofá me chama, vida. Volto mais tarde para concertar tudo. Volto depois, logo depois.


Um comentário:

  1. Gosto do jeito que tu escreve e das coisas que tu fala pq tu faz com que quem lê se identifique. Pena que esse foi curto! congratss

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