quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Palavras perdidas

Cheguei a uma conclusão por consequência de acontecimentos dos últimos meses. Sentimento e paixão são sim bem próximos e estão diretamente ligados a primeira impressão que tiramos da outra pessoa. Não estou falando de amor, me refiro àquele clássico "gostar", querer estar perto a maior parte do tempo, criar expectativas, todas aquelas bobagens que sentimos antes de que tudo dê certo, não dê certo ou mesmo nem venha a acontecer.

Não é coisa de menina adolescente por a cabeça no travesseiro, antes de dormir, e se pegar pensando em como seria se rolasse algo mais sério entre você e determinada pessoa. Quem nunca conheceu alguém, em um lugar qualquer, apenas de vista, acabou encontrando novamente em outra situação e depois se deparou com o pensamento: "como seria nós dois juntos?"
Sentimento é simples, você tem ou você não tem. Ele aparece logo de cara, a primeira vista, quando é pra ser, meu amor, pode ter certeza que acontece. A proporção com que ele possa vir a aumentar é ligada única e exclusivamente as primeiras palavras trocadas, ao primeiro toque, ao primeiro beijo, a típica sensação de pensar se amanhã vocês se falarão novamente.

Não sou do partido que acredita em amor a primeira vista, mas sim em paixão. Não é loucura pensar quase que o tempo inteiro em uma pessoa que você conheceu ontem, é apenas essa nossa terrível mania de querer tudo agora, de achar que se ficarmos sozinhos o mundo todo cairá sobre nossas cabeças. A mania chata e, muitas vezes, dolorosa de procurar incessantemente por alguém que nos entenda e nos cuide quando precisarmos.
Se logo de cara a outra pessoa não se encantar por você, não é com o tempo que isso vai acontecer. Claro, toda regra tem sua exceção, mas se na primeira vez o encantamento não tivesse sido suficiente, a segunda não aconteceria.

Não é nada fácil explicar essa loucura toda de encontros e desencontros, amores e desamores. Mas tudo vale a pena se pensarmos na boa e velha frase: "no início é tudo um mar de rosas". E pior que é mesmo. A clássica risadinha ao ler a mensagem, o despertar na madrugada pra olhar o celular e ler novamente a mesma mensagem, essas coisas idiotas e bobas que todo apaixonado faz.
Mente quem diz que nunca sentou na janela do quarto, do ônibus ou do carro, ouvindo determinada música, imaginando que sua vida fosse um filme, com direito ao casal clichê de comédia romântica e flashbacks dos bons momentos, enquanto olha pela janela.
Já é até clichê dizer que tudo isso é clichê, que os românticos só vivem de clichês mas, o que seria de nós sem uma boa dose de "falo com ele/a ou não?". Encaremos a verdade, a sensação de "sofrimento", em muitas vezes, é tão boa quanto a de se sentir seguro ao lado de alguém.
Depois de tantas voltas, assuntos diferentes e, quem sabe até, contradições, tenho certeza que nem eu e nem você conseguiu tirar proveito de coisa alguma que tentei explicar. Como sempre digo, amor, sentimento e paixão não se explicam, se sentem. E, só sentindo mesmo pra saber que não há nada nesse mundo mais complicado e prazeroso.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dramático sem causa

A quietude assusta com os gritos da verdade no silêncio.
O vento que sobrevoava a mente traz consigo a tempestade.
O desprezo do sol encerra o arco-íris.
A lentidão da porta fechando ringe a dor que não acaba.
O desejo da luz cega a plenitude do amor longínquo.
A solitude da pétala mais sombria confirma a lágrima que acaba com a primavera.
O quadro preso na parede se acostuma com a saudade.

Sirvam nossas façanhas!

Seja gremista ou colorado, o importante é ser gaúcho. Quem costuma frequentar jogos da dupla Gre-Nal sabe bem do que eu estou falando. Um dos momentos mais emocionantes de uma partida, aquele que acontece minutos antes da bola rolar, o Hino Rio Grandense. Geralmente tocado após o brasileiro, já que a grande maioria dá mais atenção ao vermelho, verde e amarelo.
Me pergunto se isso acontece em outros lugares, se determinada população conhece o hino do próprio estado, ou mesmo sabe que existe um. Não sou de me emocionar fácil, mas presenciar tantas pessoas abrindo os braços, fechando os olhos e gritando a plenos pulmões essa melodia tão perfeitamente composta, é de arrepiar qualquer um.

Falando em melodia, desconheço hino mais bonito que o nosso. Aliás, desconheço povo, costumes e história mais bela que a gaúcha. Pode ser bairrismo, mas não troco meu Rio Grande por lugar nenhum desse mundo. É indescritível essa sensação, a sensação de fazer parte dessa terra. Ser gaúcho não é apenas minha origem, é minha alma, minha personalidade e, acima de tudo, meu orgulho.
Tenho certeza que não falo só por mim, e sim por todos os conterrâneos desse abençoado lugar. Serrano, da fronteira ou litoral, todo gaúcho tem o mesmo sentimento de amor pelo estado.
Pra ser gaúcho não precisa apenas nascer aqui ou vestir bombacha diariamente, são os velhos hábitos que nos identificam. Dizer "tu" não é desrespeito, pela manhã não se toma café antes do bom e velho mate, os guris, ou piás, comem bergamota e brincam de esconde esconde. Afudê não é palavrão, afudê é o clássico "tri legal" modernizado, o famoso "bá" faz parte de 9 de nossas 10 frases. Ah! É tanta coisa pra contar, só sendo gaúcho mesmo, pra saber, como é bom viver nessa terra!

domingo, 2 de outubro de 2011

Nem o google explica

A teoria de que a "fila tem que andar" as vezes dá preguiça. Não é sempre fácil detectar que o sentimento por uma pessoa já não é mais o mesmo, que você já não é mais o mesmo, que o namoro já não é mais o mesmo e que você já não é mais o mesmo em relação a ambos. E a coisa se arrasta, se arrasta e se arrasta. É o chamado "arrastão amoroso", o famoso "empurrar com a barriga".
Muita gente diz que é pior terminar um relacionamento de anos. Discordo! Acho que o tempo não faz grande diferença, o que realmente importa são as afinidades e a intimidade que você tem com a pessoa. E quando isso acaba, bom, é aí que tudo desanda e não há santo que de jeito.

É claro que todo relacionamento tem defeitos, altos e baixos, isso tudo é normal. Mas, quando a coisa desanda mesmo, o melhor é encarar de frente e terminar. Entretanto, é sempre crucial pensar muito antes de tomar qualquer decisão, pois mesmo os mais determinados podem passar pelo velho e, sempre doloroso, arrependimento.

Será que o amor acaba mesmo? Há quem diga que quando é de verdade, é pra sempre. Outros acreditam que amor só se sente uma vez na vida. Alguns pensam que ele pode acabar tão rapidamente quanto começar. Teorias e mais teorias, cada um com a sua. A verdade verdadeira é que não dá pra explicar o amor. A única coisa que sabemos sobre ele é que, além de ser o mais bonito dos sentimentos, é também o mais complicado.

Maio/2010