Hoje eu acordei feliz, e rouca. Liguei a tv e abri um sorriso, percebi que não fui a única a acordar, meu país também abriu os olhos. Meu país não dorme mais em berço esplêndido e não está fugindo à luta.
Ontem, enquanto gritava e caminhava pelas ruas da minha cidade, imaginava todas as outras capitais também inundadas pelo patriotismo e consciência finalmente alcançados. Pelo direito nosso de exigir nossos próprios direitos.
Em diversos momentos me peguei dizendo: "Izabella, olha meu braço, tô arrepiada!". E eu estava mesmo. Com lágrimas nos olhos e um sorriso meio torto, indignado, segui no grito imaginando como contaria isso aos meus filhos e netos. Como diria, orgulhosa, que estava naquele 17 de junho lutando pelos meus direitos e o futuro deles.
Ao mesmo tempo, recordava-me das aulas de história no colégio. Dava-me por conta de que eu, e todos ali, futuramente, estamparíamos capas de livros escolares. Ouvia, mentalmente, meu pai contar da sua época de estudante reprimido pela ditadura.
E eu estava embriagada. Eu e todo mundo que ali, pacificamente, soltava a voz por um lugar melhor pra se viver. Embriagados pela esperança e vontade de consertar o que de errado estraga esse nosso maravilhoso país.
Todos bêbados! Bêbados de amor e revolta. De indignação e muita coragem.
Não há descrição que possa transmitir a sensação de olhar para trás e enxergar um mar de gente de cara feia pra corrupção. Um mar de gente pulando ao teu lado de testa franzida pra pobreza. Não há mesmo e espero que nunca haja.
Assim, você, que em casa ficou, quem sabe vá para as ruas. Vá para as ruas e experimente a sensação de lutar por si mesmo e por tantos outros. A sensação única e impagável de liberdade.
Porém, esses, que ontem estragaram um ato bonito e de intenção pacífica, são os mesmo que nunca tiveram uma educação decente nesse país de muita festa e pouco riso. Banderneiros não representam meu amor por essa nação, não representam os teus direitos, não representam nossos ideiais.
Vandalismo é não ter o que comer, um caderno pra estudar e uma casa pra morar.
Vandalismo é ser assaltado na frente de casa, encoxado no ônibus e enganado nas urnas.
Vandalismo é essa roubalheira descarada que assistimos sem fazer nada.
Aliás, isso já é passado. Não fazíamos, ontem fizemos. O povo acordou e percebeu a força que tem. Nós somos muitos e bons. Então, sai da tua inércia, meu amigo! Levanta do teu sofá e vai pra rua gritar pelo futuro dos teus filhos. Tá na hora de fazer jus à frase que sempre proclamamos: SOMOS BRASILEIROS E NÃO DESISTIMOS NUNCA!!!
Primeiro parágrafo, crase no "à luta". Terceiro parágrafo, "consertar", com "s". Penúltimo parágrafo, "essa roubalheira descarada a que assistimos...". Último parágrafo, "jus à frase". Gosto de ti, só pra ajudar.
ResponderExcluirObrigada!!! :)
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