"Estou morrendo de saudades". Essa é a frase mais babaca que já li e ouvi. Ninguém morre de saudades. Primeiro porque é cientificamente impossível, segundo porque, na verdade, é exatamente o oposto. A saudade nos fortalece, nos faz sentir vivos. Não há nada melhor do que a saudade para percebermos que gostamos realmente de algo ou alguém. Que queremos aquilo mais do que qualquer outra coisa, mesmo que apenas por um momento.
Saudade é bom, faz bem. É apenas um sentimento tentando mostrar o surgimento de outro, apenas o início de tudo. A partir do momento em que a sentimos, podemos ver claramente que determinada pessoa nos faz bem o suficiente para a querermos de novo.
Saudade do passado, sim, dolorosa, mas com certeza não maior que a felicidade de poder lembrar e relembrar das velhas lembranças e histórias. É inevitável, tudo nesse mundo possui seu lado bom e ruim. Saudade de alguém que mora longe, de alguém que já se foi, de alguém que não nos pertence mais.. São tantas as saudades, cada uma com sua essência, cada uma com sua tristeza e alegria.
Eu gosto da saudade, gosto muito. Ela carrega minhas lembranças, meus mais sinceros desejos e sentimentos. Sabe aquela velha história de que ódio e amor são mais ligados do que imaginamos? É mais ou menos assim, odeio e amo a saudade com a mesma intensidade.
Não importa qual o tipo, todas carregam lembranças, sorrisos, lágrimas, histórias e, principalmente, amor. Seja inacabável ou passageira, só a saudade é capaz de nos mostrar o quão humanos podemos ser e, acima de tudo, o quão bom é amar alguém.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
E agora, José?
E eu que nunca pensei que chegaria até aqui. Que acordaria em plena quarta-feira de ressaca da noite anterior, com uma carteira de cigarro no bidê e um balde ao lado da cama. Aquela sensação de "o que aconteceu comigo?". Descobri um lado diferente em mim mesma, mudei ou foi apenas curiosidade?
E agora me encontro nesse quarto, recém chegada de mais uma noite perdida, sentada na cama pensando se valeu a pena, se foi só uma fase, se foi somente um grito de liberdade ou idiotice mesmo.
Chega um momento da semana, do mês ou do ano em que a gente se depara com as interrogações. Qual o propósito disso tudo? Tentamos nos arrepender, mas na verdade é pura hipocrisia. É bom fazer merda! É bom esquecer o que aconteceu, rir à toa, falar bobagem, experimentar coisas que você nunca imaginou que um dia experimentaria, ligar pro ex namorado do banheiro da festa, roubar cerveja da amiga.. São apenas maneiras de mostrar pro mundo, e pra nós mesmos, que estamos vivos, que continuamos na luta e, temos sim, chance vencer.
Não existe feio ou bonito, legal é saber que a estética da coisa não interfere em nada. Julgamento nenhum vai modificar uma personalidade que já foi traçada. Não é desvio de caráter ou princípios, é apenas o outro lado da moeda, o lado sujo que a gente tem medo de mostrar e, bem, quando mostramos, ah! É aí que o mundo acaba. Eis que a Terceira Guerra Mundial eclode. Você deu sua cara a tapa, não espere que o mundo vá esquecer de te arroxar. Apesar disso, o alívio não pode ser maior ou melhor. Tudo se resume a se sentir bem, fazer o que quiser a hora que quiser sem que isso interfira na vida do próximo. Não importa qual for a cagada, o importante é poder lembrar, contar e rir sem que a culpa bata sua porta. Afinal, somos feitos de memórias, lembranças e histórias. Somos a fusão do passado e do presente que resultará no nosso futuro. Se os erros não fossem inúmeros, os acertos não existiriam e nada disso teria graça.
E agora me encontro nesse quarto, recém chegada de mais uma noite perdida, sentada na cama pensando se valeu a pena, se foi só uma fase, se foi somente um grito de liberdade ou idiotice mesmo.
Chega um momento da semana, do mês ou do ano em que a gente se depara com as interrogações. Qual o propósito disso tudo? Tentamos nos arrepender, mas na verdade é pura hipocrisia. É bom fazer merda! É bom esquecer o que aconteceu, rir à toa, falar bobagem, experimentar coisas que você nunca imaginou que um dia experimentaria, ligar pro ex namorado do banheiro da festa, roubar cerveja da amiga.. São apenas maneiras de mostrar pro mundo, e pra nós mesmos, que estamos vivos, que continuamos na luta e, temos sim, chance vencer.
Não existe feio ou bonito, legal é saber que a estética da coisa não interfere em nada. Julgamento nenhum vai modificar uma personalidade que já foi traçada. Não é desvio de caráter ou princípios, é apenas o outro lado da moeda, o lado sujo que a gente tem medo de mostrar e, bem, quando mostramos, ah! É aí que o mundo acaba. Eis que a Terceira Guerra Mundial eclode. Você deu sua cara a tapa, não espere que o mundo vá esquecer de te arroxar. Apesar disso, o alívio não pode ser maior ou melhor. Tudo se resume a se sentir bem, fazer o que quiser a hora que quiser sem que isso interfira na vida do próximo. Não importa qual for a cagada, o importante é poder lembrar, contar e rir sem que a culpa bata sua porta. Afinal, somos feitos de memórias, lembranças e histórias. Somos a fusão do passado e do presente que resultará no nosso futuro. Se os erros não fossem inúmeros, os acertos não existiriam e nada disso teria graça.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Bobagens sinceras, besteiras verdadeiras
Hoje à tarde parei pra pensar na polêmica do "eles não prestam". Todo dia a gente abre o facebook e vê alguma publicação falando exatamente sobre esse assunto e a reclamação é sempre a mesma: Homens são todos iguais.
Fotos, textos gigantescos, vídeos... É tanta bobagem pra falar mais bobagem ainda. As palavras podem ser bonitinhas, sentimentais, as fotos legais e os vídeos interessantes, mas quem disse que aquilo tudo é verdade? Não é assim, não existe essa besteira de que homens são todos iguais e que nenhum presta.
Ninguém gosta de mulheres ciumentas, impulsivas, controladoras, bipolares e confusas até que alguma coisa de diferente nelas faça a paixão surgir. Quando nos apaixonamos, todos esses defeitos passam despercebidos perante as qualidades. A velha história de que gostamos sempre do cara que não corre atrás, não dá a mínima, o velho adjetivo, aquele que “não presta”, pode até existir, mas as razões não se direcionam a essa última palavra.
Prestar ou não prestar vai do sentimento de cada um, o cara passa a prestar a partir do momento que sentir algo verdadeiro por alguém. É uma coisa confusa pra se entender, mas basicamente é isso: prestamos para alguém quando temos sentimentos verdadeiros por essa pessoa. Gostar significa se importar, querer bem, querer estar perto. Traduzindo: ele vai ligar, vai querer estar com você na maior parte do tempo e vai querer que você sinta ciúmes.
Mais uma vez eu e todo o mundo tentando explicar coisas inexplicáveis. Tentando encontrar as razões para as tantas bobagens, besteiras e loucuras que dizemos e fazemos sempre pelo mesmo motivo, a maior fraqueza do ser humano: o medo de ficar sozinho. A verdade é que tudo tem seu tempo e, quando chegar o momento certo, a pessoa certa vai aparecer. Para bagunçar e arrumar tudo de novo, quantas vezes for possível e preciso. Afinal, é esse o propósito do amor, se apaixonar pela mesma pessoa todos os dias como se nunca antes o tivesse sentido.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Palavras perdidas
Cheguei a uma conclusão por consequência de acontecimentos dos últimos meses. Sentimento e paixão são sim bem próximos e estão diretamente ligados a primeira impressão que tiramos da outra pessoa. Não estou falando de amor, me refiro àquele clássico "gostar", querer estar perto a maior parte do tempo, criar expectativas, todas aquelas bobagens que sentimos antes de que tudo dê certo, não dê certo ou mesmo nem venha a acontecer.
Não é coisa de menina adolescente por a cabeça no travesseiro, antes de dormir, e se pegar pensando em como seria se rolasse algo mais sério entre você e determinada pessoa. Quem nunca conheceu alguém, em um lugar qualquer, apenas de vista, acabou encontrando novamente em outra situação e depois se deparou com o pensamento: "como seria nós dois juntos?"
Sentimento é simples, você tem ou você não tem. Ele aparece logo de cara, a primeira vista, quando é pra ser, meu amor, pode ter certeza que acontece. A proporção com que ele possa vir a aumentar é ligada única e exclusivamente as primeiras palavras trocadas, ao primeiro toque, ao primeiro beijo, a típica sensação de pensar se amanhã vocês se falarão novamente.
Não sou do partido que acredita em amor a primeira vista, mas sim em paixão. Não é loucura pensar quase que o tempo inteiro em uma pessoa que você conheceu ontem, é apenas essa nossa terrível mania de querer tudo agora, de achar que se ficarmos sozinhos o mundo todo cairá sobre nossas cabeças. A mania chata e, muitas vezes, dolorosa de procurar incessantemente por alguém que nos entenda e nos cuide quando precisarmos.
Se logo de cara a outra pessoa não se encantar por você, não é com o tempo que isso vai acontecer. Claro, toda regra tem sua exceção, mas se na primeira vez o encantamento não tivesse sido suficiente, a segunda não aconteceria.
Não é nada fácil explicar essa loucura toda de encontros e desencontros, amores e desamores. Mas tudo vale a pena se pensarmos na boa e velha frase: "no início é tudo um mar de rosas". E pior que é mesmo. A clássica risadinha ao ler a mensagem, o despertar na madrugada pra olhar o celular e ler novamente a mesma mensagem, essas coisas idiotas e bobas que todo apaixonado faz.
Mente quem diz que nunca sentou na janela do quarto, do ônibus ou do carro, ouvindo determinada música, imaginando que sua vida fosse um filme, com direito ao casal clichê de comédia romântica e flashbacks dos bons momentos, enquanto olha pela janela.
Já é até clichê dizer que tudo isso é clichê, que os românticos só vivem de clichês mas, o que seria de nós sem uma boa dose de "falo com ele/a ou não?". Encaremos a verdade, a sensação de "sofrimento", em muitas vezes, é tão boa quanto a de se sentir seguro ao lado de alguém.
Depois de tantas voltas, assuntos diferentes e, quem sabe até, contradições, tenho certeza que nem eu e nem você conseguiu tirar proveito de coisa alguma que tentei explicar. Como sempre digo, amor, sentimento e paixão não se explicam, se sentem. E, só sentindo mesmo pra saber que não há nada nesse mundo mais complicado e prazeroso.
Não é coisa de menina adolescente por a cabeça no travesseiro, antes de dormir, e se pegar pensando em como seria se rolasse algo mais sério entre você e determinada pessoa. Quem nunca conheceu alguém, em um lugar qualquer, apenas de vista, acabou encontrando novamente em outra situação e depois se deparou com o pensamento: "como seria nós dois juntos?"
Sentimento é simples, você tem ou você não tem. Ele aparece logo de cara, a primeira vista, quando é pra ser, meu amor, pode ter certeza que acontece. A proporção com que ele possa vir a aumentar é ligada única e exclusivamente as primeiras palavras trocadas, ao primeiro toque, ao primeiro beijo, a típica sensação de pensar se amanhã vocês se falarão novamente.
Não sou do partido que acredita em amor a primeira vista, mas sim em paixão. Não é loucura pensar quase que o tempo inteiro em uma pessoa que você conheceu ontem, é apenas essa nossa terrível mania de querer tudo agora, de achar que se ficarmos sozinhos o mundo todo cairá sobre nossas cabeças. A mania chata e, muitas vezes, dolorosa de procurar incessantemente por alguém que nos entenda e nos cuide quando precisarmos.
Se logo de cara a outra pessoa não se encantar por você, não é com o tempo que isso vai acontecer. Claro, toda regra tem sua exceção, mas se na primeira vez o encantamento não tivesse sido suficiente, a segunda não aconteceria.
Não é nada fácil explicar essa loucura toda de encontros e desencontros, amores e desamores. Mas tudo vale a pena se pensarmos na boa e velha frase: "no início é tudo um mar de rosas". E pior que é mesmo. A clássica risadinha ao ler a mensagem, o despertar na madrugada pra olhar o celular e ler novamente a mesma mensagem, essas coisas idiotas e bobas que todo apaixonado faz.
Mente quem diz que nunca sentou na janela do quarto, do ônibus ou do carro, ouvindo determinada música, imaginando que sua vida fosse um filme, com direito ao casal clichê de comédia romântica e flashbacks dos bons momentos, enquanto olha pela janela.
Já é até clichê dizer que tudo isso é clichê, que os românticos só vivem de clichês mas, o que seria de nós sem uma boa dose de "falo com ele/a ou não?". Encaremos a verdade, a sensação de "sofrimento", em muitas vezes, é tão boa quanto a de se sentir seguro ao lado de alguém.
Depois de tantas voltas, assuntos diferentes e, quem sabe até, contradições, tenho certeza que nem eu e nem você conseguiu tirar proveito de coisa alguma que tentei explicar. Como sempre digo, amor, sentimento e paixão não se explicam, se sentem. E, só sentindo mesmo pra saber que não há nada nesse mundo mais complicado e prazeroso.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Dramático sem causa
A quietude assusta com os gritos da verdade no silêncio.
O vento que sobrevoava a mente traz consigo a tempestade.
O desprezo do sol encerra o arco-íris.
A lentidão da porta fechando ringe a dor que não acaba.
O desejo da luz cega a plenitude do amor longínquo.
A solitude da pétala mais sombria confirma a lágrima que acaba com a primavera.
O quadro preso na parede se acostuma com a saudade.
O vento que sobrevoava a mente traz consigo a tempestade.
O desprezo do sol encerra o arco-íris.
A lentidão da porta fechando ringe a dor que não acaba.
O desejo da luz cega a plenitude do amor longínquo.
A solitude da pétala mais sombria confirma a lágrima que acaba com a primavera.
O quadro preso na parede se acostuma com a saudade.
Sirvam nossas façanhas!
Seja gremista ou colorado, o importante é ser gaúcho. Quem costuma frequentar jogos da dupla Gre-Nal sabe bem do que eu estou falando. Um dos momentos mais emocionantes de uma partida, aquele que acontece minutos antes da bola rolar, o Hino Rio Grandense. Geralmente tocado após o brasileiro, já que a grande maioria dá mais atenção ao vermelho, verde e amarelo.
Me pergunto se isso acontece em outros lugares, se determinada população conhece o hino do próprio estado, ou mesmo sabe que existe um. Não sou de me emocionar fácil, mas presenciar tantas pessoas abrindo os braços, fechando os olhos e gritando a plenos pulmões essa melodia tão perfeitamente composta, é de arrepiar qualquer um.
Falando em melodia, desconheço hino mais bonito que o nosso. Aliás, desconheço povo, costumes e história mais bela que a gaúcha. Pode ser bairrismo, mas não troco meu Rio Grande por lugar nenhum desse mundo. É indescritível essa sensação, a sensação de fazer parte dessa terra. Ser gaúcho não é apenas minha origem, é minha alma, minha personalidade e, acima de tudo, meu orgulho.
Tenho certeza que não falo só por mim, e sim por todos os conterrâneos desse abençoado lugar. Serrano, da fronteira ou litoral, todo gaúcho tem o mesmo sentimento de amor pelo estado.
Pra ser gaúcho não precisa apenas nascer aqui ou vestir bombacha diariamente, são os velhos hábitos que nos identificam. Dizer "tu" não é desrespeito, pela manhã não se toma café antes do bom e velho mate, os guris, ou piás, comem bergamota e brincam de esconde esconde. Afudê não é palavrão, afudê é o clássico "tri legal" modernizado, o famoso "bá" faz parte de 9 de nossas 10 frases. Ah! É tanta coisa pra contar, só sendo gaúcho mesmo, pra saber, como é bom viver nessa terra!
Me pergunto se isso acontece em outros lugares, se determinada população conhece o hino do próprio estado, ou mesmo sabe que existe um. Não sou de me emocionar fácil, mas presenciar tantas pessoas abrindo os braços, fechando os olhos e gritando a plenos pulmões essa melodia tão perfeitamente composta, é de arrepiar qualquer um.
Falando em melodia, desconheço hino mais bonito que o nosso. Aliás, desconheço povo, costumes e história mais bela que a gaúcha. Pode ser bairrismo, mas não troco meu Rio Grande por lugar nenhum desse mundo. É indescritível essa sensação, a sensação de fazer parte dessa terra. Ser gaúcho não é apenas minha origem, é minha alma, minha personalidade e, acima de tudo, meu orgulho.
Tenho certeza que não falo só por mim, e sim por todos os conterrâneos desse abençoado lugar. Serrano, da fronteira ou litoral, todo gaúcho tem o mesmo sentimento de amor pelo estado.
Pra ser gaúcho não precisa apenas nascer aqui ou vestir bombacha diariamente, são os velhos hábitos que nos identificam. Dizer "tu" não é desrespeito, pela manhã não se toma café antes do bom e velho mate, os guris, ou piás, comem bergamota e brincam de esconde esconde. Afudê não é palavrão, afudê é o clássico "tri legal" modernizado, o famoso "bá" faz parte de 9 de nossas 10 frases. Ah! É tanta coisa pra contar, só sendo gaúcho mesmo, pra saber, como é bom viver nessa terra!
domingo, 2 de outubro de 2011
Nem o google explica
A teoria de que a "fila tem que andar" as vezes dá preguiça. Não é sempre fácil detectar que o sentimento por uma pessoa já não é mais o mesmo, que você já não é mais o mesmo, que o namoro já não é mais o mesmo e que você já não é mais o mesmo em relação a ambos. E a coisa se arrasta, se arrasta e se arrasta. É o chamado "arrastão amoroso", o famoso "empurrar com a barriga".
Muita gente diz que é pior terminar um relacionamento de anos. Discordo! Acho que o tempo não faz grande diferença, o que realmente importa são as afinidades e a intimidade que você tem com a pessoa. E quando isso acaba, bom, é aí que tudo desanda e não há santo que de jeito.
É claro que todo relacionamento tem defeitos, altos e baixos, isso tudo é normal. Mas, quando a coisa desanda mesmo, o melhor é encarar de frente e terminar. Entretanto, é sempre crucial pensar muito antes de tomar qualquer decisão, pois mesmo os mais determinados podem passar pelo velho e, sempre doloroso, arrependimento.
Será que o amor acaba mesmo? Há quem diga que quando é de verdade, é pra sempre. Outros acreditam que amor só se sente uma vez na vida. Alguns pensam que ele pode acabar tão rapidamente quanto começar. Teorias e mais teorias, cada um com a sua. A verdade verdadeira é que não dá pra explicar o amor. A única coisa que sabemos sobre ele é que, além de ser o mais bonito dos sentimentos, é também o mais complicado.
Maio/2010
Muita gente diz que é pior terminar um relacionamento de anos. Discordo! Acho que o tempo não faz grande diferença, o que realmente importa são as afinidades e a intimidade que você tem com a pessoa. E quando isso acaba, bom, é aí que tudo desanda e não há santo que de jeito.
É claro que todo relacionamento tem defeitos, altos e baixos, isso tudo é normal. Mas, quando a coisa desanda mesmo, o melhor é encarar de frente e terminar. Entretanto, é sempre crucial pensar muito antes de tomar qualquer decisão, pois mesmo os mais determinados podem passar pelo velho e, sempre doloroso, arrependimento.
Será que o amor acaba mesmo? Há quem diga que quando é de verdade, é pra sempre. Outros acreditam que amor só se sente uma vez na vida. Alguns pensam que ele pode acabar tão rapidamente quanto começar. Teorias e mais teorias, cada um com a sua. A verdade verdadeira é que não dá pra explicar o amor. A única coisa que sabemos sobre ele é que, além de ser o mais bonito dos sentimentos, é também o mais complicado.
Maio/2010
sexta-feira, 24 de junho de 2011
(R)Evolução
“Os tempos mudam, os valores permanecem os mesmos”, já dizia minha mãe. Rádio, televisão, internet, é tão fácil encontrar informação nos dias de hoje. Aliás, informação, namorado, melhor amigo, e por aí vai..
Fazer parte de uma rede de relacionamentos qualquer é tão comum quanto usar guarda-chuva em dia de chuva, todo mundo usa. A internet trouxe uma intensificação tão grande nos sentimentos da população que dizer “eu te amo” ao motorista do ônibus é quase normal. Fazer amizade virou rotina, ter menos que cinquenta amigos no perfil do facebook é sinônimo de exclusão social.
Antigamente, homens e mulheres tinham uma vida inteira planejada desde o nascimento. Casar e ter filhos, era esse o objetivo da grande maioria da população mundial. A família escolhia o pretendente e assim deveria ser. Sem direito algum de liberdade de expressão.
Após tanta luta, principalmente por parte das mulheres, em busca da tão sonhada liberdade de expressão, de sentimentos ou pensamentos, o homem resolveu banalizar as palavras, sentidos, desejos e vontades.
Começar uma amizade com alguém do outro lado do mundo é simples, muito simples e, é claro, realmente interessante. O problema surge quando isso se torna algo indispensável em nossas vidas. Como se alguém que nunca vimos pudesse mudar completamente nossas vidas. Quando, na verdade, não pode.
Assim como tudo na vida, a mídia, a internet e a tecnologia em geral, possuem seus prós e contras. É, de fato, muito bom conhecer pessoas novas, culturas diferentes, adquirir informação ao apertar um simples botão, expandir conhecimento. Mas onde, onde deixamos aquele olho no olho, pele com pele, aquela sensação de frio na barriga quando as palavras saem de nossa boca diretamente para ouvidos de pessoas que verdadeiramente amamos? O que aconteceu com aquele velho hábito de folhear as páginas de um livro em busca de conhecimento?
Voltamos à frase de minha mãe. O mundo pode mudar de todas as maneiras possíveis, mas existem coisas que devem permanecer iguais, com seus devidos valores. Afinal, revolução ou evolução? Uma simples letra mudando completamente o significado de duas palavras que nem sempre se relacionam. Revolucionar não é sinônimo de evoluir. Sentimentos podem perder seus valores quando digitalizados. Em todos esses casos, a melhor revolução seria regredirmos e, assim, alcançarmos a verdadeira evolução.
Fazer parte de uma rede de relacionamentos qualquer é tão comum quanto usar guarda-chuva em dia de chuva, todo mundo usa. A internet trouxe uma intensificação tão grande nos sentimentos da população que dizer “eu te amo” ao motorista do ônibus é quase normal. Fazer amizade virou rotina, ter menos que cinquenta amigos no perfil do facebook é sinônimo de exclusão social.
Antigamente, homens e mulheres tinham uma vida inteira planejada desde o nascimento. Casar e ter filhos, era esse o objetivo da grande maioria da população mundial. A família escolhia o pretendente e assim deveria ser. Sem direito algum de liberdade de expressão.
Após tanta luta, principalmente por parte das mulheres, em busca da tão sonhada liberdade de expressão, de sentimentos ou pensamentos, o homem resolveu banalizar as palavras, sentidos, desejos e vontades.
Começar uma amizade com alguém do outro lado do mundo é simples, muito simples e, é claro, realmente interessante. O problema surge quando isso se torna algo indispensável em nossas vidas. Como se alguém que nunca vimos pudesse mudar completamente nossas vidas. Quando, na verdade, não pode.
Assim como tudo na vida, a mídia, a internet e a tecnologia em geral, possuem seus prós e contras. É, de fato, muito bom conhecer pessoas novas, culturas diferentes, adquirir informação ao apertar um simples botão, expandir conhecimento. Mas onde, onde deixamos aquele olho no olho, pele com pele, aquela sensação de frio na barriga quando as palavras saem de nossa boca diretamente para ouvidos de pessoas que verdadeiramente amamos? O que aconteceu com aquele velho hábito de folhear as páginas de um livro em busca de conhecimento?
Voltamos à frase de minha mãe. O mundo pode mudar de todas as maneiras possíveis, mas existem coisas que devem permanecer iguais, com seus devidos valores. Afinal, revolução ou evolução? Uma simples letra mudando completamente o significado de duas palavras que nem sempre se relacionam. Revolucionar não é sinônimo de evoluir. Sentimentos podem perder seus valores quando digitalizados. Em todos esses casos, a melhor revolução seria regredirmos e, assim, alcançarmos a verdadeira evolução.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Meninas, a culpa é nossa!
Ontem à noite resolvi assistir a um pouco de televisão. Logo de cara me deparei com aqueles comerciais de cerveja. Aqueles com mulheres semi-nuas e homens "bem machos". Como de costume, fiquei um tanto quanto irritada. Pior do que homem machista, só mulher machista. Como podem essas mulheres se submeterem a todas essas vulgarizações? Me pergunto se elas não se incomodam de serem vistas e, de fato, usadas como objetos.
Mesmo depois de tanta luta para que a mulher pudesse fazer parte do círculo social dignamente, ainda há aquelas que mancham nomes como: Nísia Floresta, Pagu, Simone De Beauvoir, e tantas outras feministas. Essas mulheres foram às ruas em busca de liberdade, reconhecimento e, principalmente, respeito.
Homens como Rafinha Bastos, que utilizam de humor machista e preconceituoso, são sempre vistos como "os caras", "os fodões". O mesmo acontece com aqueles que transam com várias. Esses são os bons, dignos de respeito. Já a mulher, quanto mais sexo fizer, mais vagabunda será. Afinal, essas são as regras.
Falando em regras, o estereótipo de beleza que a sociedade impõe ao sexo feminino é algo realmente revoltante. Me indigna saber que exista quem sustente esse tipo de norma. Não fazer uma plástica é o mesmo que recusar-se a fazer parte desta mesma sociedade. Precisamos estar todas adequadas aos padrões.
Mas sabem o que é mais intrigante nisso tudo? Somos todas culpadas. Todas cultivamos a ideia de cabelo liso e seios fartos. Nada disso é pecado, o inaceitável é deixar que, coisas como essas, se tornem mandamentos a todas as pessoas do sexo feminino. Devemos, em primeiro lugar, nos sentir bem com nós mesmas. A solução para que todo o preconceito em torno da mulher se acabe, é a não submissão. Não deixar que eles nos digam o que devemos fazer, vestir ou como pensar, se isso não for de acordo com o que queremos.
Nos tornemos livres. Livres de nosso preconceito interior. Deixemos de lado o pensamento de inferioridade. Somos todas capazes, somos todas dignas. A culpa precisa, antes de tudo, deixar de ser nossa.
Mesmo depois de tanta luta para que a mulher pudesse fazer parte do círculo social dignamente, ainda há aquelas que mancham nomes como: Nísia Floresta, Pagu, Simone De Beauvoir, e tantas outras feministas. Essas mulheres foram às ruas em busca de liberdade, reconhecimento e, principalmente, respeito.
Homens como Rafinha Bastos, que utilizam de humor machista e preconceituoso, são sempre vistos como "os caras", "os fodões". O mesmo acontece com aqueles que transam com várias. Esses são os bons, dignos de respeito. Já a mulher, quanto mais sexo fizer, mais vagabunda será. Afinal, essas são as regras.
Falando em regras, o estereótipo de beleza que a sociedade impõe ao sexo feminino é algo realmente revoltante. Me indigna saber que exista quem sustente esse tipo de norma. Não fazer uma plástica é o mesmo que recusar-se a fazer parte desta mesma sociedade. Precisamos estar todas adequadas aos padrões.
Mas sabem o que é mais intrigante nisso tudo? Somos todas culpadas. Todas cultivamos a ideia de cabelo liso e seios fartos. Nada disso é pecado, o inaceitável é deixar que, coisas como essas, se tornem mandamentos a todas as pessoas do sexo feminino. Devemos, em primeiro lugar, nos sentir bem com nós mesmas. A solução para que todo o preconceito em torno da mulher se acabe, é a não submissão. Não deixar que eles nos digam o que devemos fazer, vestir ou como pensar, se isso não for de acordo com o que queremos.
Nos tornemos livres. Livres de nosso preconceito interior. Deixemos de lado o pensamento de inferioridade. Somos todas capazes, somos todas dignas. A culpa precisa, antes de tudo, deixar de ser nossa.
sábado, 28 de maio de 2011
Diretamente proporcional
Educação, do verbo educar. Palavra bonita, significado importante, mas esquecido. Em tempos que dizer "bom dia" ao tio da padaria é o mesmo que "te amo" ao cobrador de ônibus, seria, no mínimo, equívoco exigir que outras palavras sejam utilizadas de maneira correta.
A maioria dos jovens de hoje não sabe o que quer. Aliás, acha que sabe. Estudar já não é mais prioridade, a ilusão de que sombra e água fresca se conquistam facilmente, cresce cada vez mais e, não há ninguém, além de nossos pais, que nos incentive ao crescimento do ensino.
São inúmeros os motivos pelos quais as próximas gerações distanciam-se do giz de cera em sala de aula. O governo do estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, teve seu pior desempenho na área da educação nos últimos quatro anos. Os professores são completamente deixados de lado. Assim, nos resta a dúvida, como não abandonaríamos algo que nos foi praticamente induzido a abandonar? Mesmo porque, é tão mais fácil governar àqueles que não sabem, ignorância alheia é música para determinados cartões de crédito.
O salário de um professor, no Brasil, é dez vezes menor se comparado ao de um jogador de futebol. Sendo razoável, o professor é absurdamente injustiçado. Receber uma merrreca ao fim do mês por educar e melhorar a vida de tantos outros, é digno de indignação.
A grande e mais intrigante pergunta não é o porque de tamanha rejeição por parte dos jovens para com o magistério mas, sim, o porque de tamanho descaso por parte do Estado para com os professores. Afinal, a primeira, é diretamente proporcional à segunda.
A maioria dos jovens de hoje não sabe o que quer. Aliás, acha que sabe. Estudar já não é mais prioridade, a ilusão de que sombra e água fresca se conquistam facilmente, cresce cada vez mais e, não há ninguém, além de nossos pais, que nos incentive ao crescimento do ensino.
São inúmeros os motivos pelos quais as próximas gerações distanciam-se do giz de cera em sala de aula. O governo do estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, teve seu pior desempenho na área da educação nos últimos quatro anos. Os professores são completamente deixados de lado. Assim, nos resta a dúvida, como não abandonaríamos algo que nos foi praticamente induzido a abandonar? Mesmo porque, é tão mais fácil governar àqueles que não sabem, ignorância alheia é música para determinados cartões de crédito.
O salário de um professor, no Brasil, é dez vezes menor se comparado ao de um jogador de futebol. Sendo razoável, o professor é absurdamente injustiçado. Receber uma merrreca ao fim do mês por educar e melhorar a vida de tantos outros, é digno de indignação.
A grande e mais intrigante pergunta não é o porque de tamanha rejeição por parte dos jovens para com o magistério mas, sim, o porque de tamanho descaso por parte do Estado para com os professores. Afinal, a primeira, é diretamente proporcional à segunda.
Para todo sempre
Passavam-se das cinco e vinte de uma tarde de quinta-feira. Henrique encontrava-se ao pé da sacada de sua casa. Mona, sua labradora, lhe fazia companhia.Era uma tarde como todas as outras, exceto pelo fato de completarem-se dois anos da morte de sua esposa. O velho e surrado chapéu de Henrique guardava todos seus pensamentos, lágrimas não derramadas, e uma consciência não tão tranquila. Como se aquele chapéu escondesse toda tristeza que aquele jovem aventureiro carregava.
"Dois anos, setecentos e trinta dias", pensou ele, observando algumas folhas que caíam aos seus pés. Desde aquele trágico e, infelizmente, inesquecível dia, nada mais fazia sentido para Henrique. Mona, que sempre fora a única a fazê-lo esquecer dos problemas, naquele dia, igualava-se ao inseto que subia pelo tronco de uma árvore, insignificante. Nada nem ninguém poderia estancar tamanha ferida no peito daquele solitário homem.
Henrique sentia-se mais do que sozinho, sentia-se como alguém que não merecesse mais viver. Seu corpo estava ali, mas sua alma e pensamento encontravam-se constantemente com as macias e suaves mãos de Ana Maria afagando seu cabelo.
Perguntava-se o porquê de não ter a amado mais. Mas afinal era impossível, não existira homem no mundo que já tivesse amado mais uma mulher do que ele a amava.
Ana Maria fora a primeira namorada de sua vida, a primeira transa, a primeira a dizer que seu cabelo ficava mais bonito curto, a única que ele tivera certeza que seria para sempre.
Após muitos minutos ali sentado, gritando por dentro, fugindo de suas lembranças, Henrique sabia que sua hora havia chegado. Era justo que fosse, precisava ser. Assim como sua esposa, inclinou-se para frente, observou o rio que corria abaixo de seus pés e deixou que a gravidade se encarregasse do resto.
"Dois anos, setecentos e trinta dias", pensou ele, observando algumas folhas que caíam aos seus pés. Desde aquele trágico e, infelizmente, inesquecível dia, nada mais fazia sentido para Henrique. Mona, que sempre fora a única a fazê-lo esquecer dos problemas, naquele dia, igualava-se ao inseto que subia pelo tronco de uma árvore, insignificante. Nada nem ninguém poderia estancar tamanha ferida no peito daquele solitário homem.
Henrique sentia-se mais do que sozinho, sentia-se como alguém que não merecesse mais viver. Seu corpo estava ali, mas sua alma e pensamento encontravam-se constantemente com as macias e suaves mãos de Ana Maria afagando seu cabelo.
Perguntava-se o porquê de não ter a amado mais. Mas afinal era impossível, não existira homem no mundo que já tivesse amado mais uma mulher do que ele a amava.
Ana Maria fora a primeira namorada de sua vida, a primeira transa, a primeira a dizer que seu cabelo ficava mais bonito curto, a única que ele tivera certeza que seria para sempre.
Após muitos minutos ali sentado, gritando por dentro, fugindo de suas lembranças, Henrique sabia que sua hora havia chegado. Era justo que fosse, precisava ser. Assim como sua esposa, inclinou-se para frente, observou o rio que corria abaixo de seus pés e deixou que a gravidade se encarregasse do resto.
sábado, 26 de março de 2011
Garçom, uma felicidade, por favor!
Eram exatamente 12:32 da madrugada. Lá estava eu na rede da varanda aqui de casa. Eu, meu violão e a lua. A lua que me admirava lá de cima. Me perguntei o que pensava, ela que mora tão longe e mesmo sendo tão bela, parece tão sozinha.
Me remexi até conseguir encostar os pés no chão e poder impulsionar a rede, provocando um balanço rápido e ao mesmo tempo, calmo. Parei um pouco pra pensar e, de repente, ouvi aquele som; ali mesmo, bem perto de mim, como se fosse real. As notas vocais mais musicais que meu ouvido já tivera o prazer de ouvir. Depois de muito me esforçar para poder continuar a ouvir aquela música, finalmente percebi o inevitável. Uma orquestra não se faz de uma só composição, de um só instrumento, é preciso muito mais. Rapidamente aquele som desapareceu de minha mente, meus ouvidos foram subtamente entretidos por qualquer outra coisa que fosse.
Desviei o olhar da lua, avistei uma estrela e lembrei de algo que aprendi na oitava série. Aquela estrela, lá em cima, talvez nem exista mais. A luz demora tanto tempo para chegar que talvez já tenha desaparecido. É como uma mensagem do passado. Foi então que um vento frio bateu em meu cabelo, a imagem se fez nítida em meus olhos. Pude ver cada rosto, cada jeito, cada forma, de cada lugar que um dia eu passei. Cada pedacinho de sorriso que o destino se encarregou de me tirar. Comecei a ouvir o barulho da tv na sala e, mais uma vez, pude fugir da triste lembrança; a lembrança de saber que só me resta lembrar.
Eu já estava com frio, como se não bastasse, meu pijama era um tanto quanto curto, mas a lua, meu violão e aquela rede me chamavam. Ali era meu cantinho, meu lugar no mundo, seguro e aconchegante. Onde eu podia recordar dos meus momentos, dos bons e dos ruins, dos meus dias, eu e eu.
Sempre gostei de ficar sozinha, de ser sozinha, uma legítima ariana auto-suficiente. Nunca acreditei em horóscopos, mas preciso admitir que essa parte se encaixa perfeitamente comigo.
Com o intuito de correr de tudo que não fosse aquela tranquilidade daquele momento, fiquei ali por horas. Todo o tipo de pensamento imaginável se fez presente em minha cabeça. Meu cabelo ainda estava molhado e o cheiro bom de shampoo inundou meu olfato. Que sensação agradável, eu estava feliz! Por uma fração de segundo meu estado emocional havia mudado. Naquele momento percebi o quão fácil é despertar um sorriso, compreendi os publicitários da coca-cola, "abra a felicidade". Jurei para mim mesma que permaneceria assim o máximo que pudesse.
Após tantos minutos de riso inesperado, notei que as árvores tinham algo a me dizer. Rugiram ao me redor, pude ouvir os gritos fictícios de liberdade. Elas clamavam pela minha bênção, eu só precisava dizer sim. E foi exatamente isso que fiz. Naquele momento, abri as portas para o novo, para o certo. Eu estava decidida. Era como o sol nascendo, mas dessa vez, sem um crepúsculo.
Me remexi até conseguir encostar os pés no chão e poder impulsionar a rede, provocando um balanço rápido e ao mesmo tempo, calmo. Parei um pouco pra pensar e, de repente, ouvi aquele som; ali mesmo, bem perto de mim, como se fosse real. As notas vocais mais musicais que meu ouvido já tivera o prazer de ouvir. Depois de muito me esforçar para poder continuar a ouvir aquela música, finalmente percebi o inevitável. Uma orquestra não se faz de uma só composição, de um só instrumento, é preciso muito mais. Rapidamente aquele som desapareceu de minha mente, meus ouvidos foram subtamente entretidos por qualquer outra coisa que fosse.
Desviei o olhar da lua, avistei uma estrela e lembrei de algo que aprendi na oitava série. Aquela estrela, lá em cima, talvez nem exista mais. A luz demora tanto tempo para chegar que talvez já tenha desaparecido. É como uma mensagem do passado. Foi então que um vento frio bateu em meu cabelo, a imagem se fez nítida em meus olhos. Pude ver cada rosto, cada jeito, cada forma, de cada lugar que um dia eu passei. Cada pedacinho de sorriso que o destino se encarregou de me tirar. Comecei a ouvir o barulho da tv na sala e, mais uma vez, pude fugir da triste lembrança; a lembrança de saber que só me resta lembrar.
Eu já estava com frio, como se não bastasse, meu pijama era um tanto quanto curto, mas a lua, meu violão e aquela rede me chamavam. Ali era meu cantinho, meu lugar no mundo, seguro e aconchegante. Onde eu podia recordar dos meus momentos, dos bons e dos ruins, dos meus dias, eu e eu.
Sempre gostei de ficar sozinha, de ser sozinha, uma legítima ariana auto-suficiente. Nunca acreditei em horóscopos, mas preciso admitir que essa parte se encaixa perfeitamente comigo.
Com o intuito de correr de tudo que não fosse aquela tranquilidade daquele momento, fiquei ali por horas. Todo o tipo de pensamento imaginável se fez presente em minha cabeça. Meu cabelo ainda estava molhado e o cheiro bom de shampoo inundou meu olfato. Que sensação agradável, eu estava feliz! Por uma fração de segundo meu estado emocional havia mudado. Naquele momento percebi o quão fácil é despertar um sorriso, compreendi os publicitários da coca-cola, "abra a felicidade". Jurei para mim mesma que permaneceria assim o máximo que pudesse.
Após tantos minutos de riso inesperado, notei que as árvores tinham algo a me dizer. Rugiram ao me redor, pude ouvir os gritos fictícios de liberdade. Elas clamavam pela minha bênção, eu só precisava dizer sim. E foi exatamente isso que fiz. Naquele momento, abri as portas para o novo, para o certo. Eu estava decidida. Era como o sol nascendo, mas dessa vez, sem um crepúsculo.
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